Saiba mais sobre a sigla que vem movimentando o mundo dos investimentos

Já há algum tempo vem crescendo a relevância de boas práticas de governança ambiental e social para valoração de um negócio. E o resultado disso é o desafio para que as empresas possam monitorar e gerenciar esses temas de forma mais assertiva e transparente.

Para organizar essas informações, surgiu o conceito “ESG” – do inglês Environmental, Social & Governance, como uma variação dos conceitos de sustentabilidade, sendo um guarda-chuva dos aspectos ambientais, sociais e econômicos para demonstrar não só a solidez de uma empresa, como também a preocupação e – principalmente – sua atuação na mitigação dos riscos de sua operação.

“O capital financeiro e os investidores estão começando a olhar com mais atenção a essas questões relacionadas à sustentabilidade, então isso passou a ser uma obrigatoriedade para as empresas. De agora em diante, os aspectos de sustentabilidade começaram a entrar na valoração do negócio”, detalhou Rafael de Carvalho Morales, diretor da TBL Manager.

Segundo artigo publicado recentemente pela Folha de São Paulo, o Instituto de Finanças Internacionais, que representa bancos no mundo inteiro, apontou que fundos de investimentos atentos aos critérios ESG somaram em 2020 US$ 1.3 trilhão.

E para Rafael Morales, o desafio então é como as empresas vão mensurar e monitorar temas como emissões de CO², mudanças climáticas e responsabilidade social, e assim torná-los elementos constitutivos para valoração do negócio.

ESG – o que entra em cada letra

E – Meio Ambiente (Environmental)

Neste item, são avaliados os dados referentes à pegada de carbono, emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), economia circular, gestão de resíduos, fontes de matéria prima, consumo de água, impacto na biodiversidade, financiamento sustentável, energia renovável, manejo da terra, dentre outros.

S – Social

Cada vez mais, os consumidores estão atentos às condições de saúde e segurança oferecidas aos trabalhadores, fornecedores e clientes ou consumidores, também vem se tornando evidentes como as empresas trabalham os aspectos de raça, igualdade de gênero e diversidade, e como isso impacta de forma direta num produto ou serviço e, consequentemente, na reputação de uma empresa.

Além disso, temas como desenvolvimento local, direitos indígenas e de comunidades tradicionais, entre outros, são aspectos de valoração e de impacto de um negócio.

G – Governança (Governance)

Agora não só o produto final precisa ter qualidade, como também toda a cadeia que o precede e sucede, ou seja, critérios como ética nos negócios, corrupção, solidez financeira e transparência, passaram a ser observados e levados em conta na hora dos investidores avaliarem o que e como investir.

O valor da comunicação clara

Conforme pontuou Rafael Morales, apesar da sustentabilidade ser um conceito amplo, englobando pontos como água, energia, emissão de gases do efeito estufa, saúde, segurança, acidentes de trabalho, treinamento e etc, hoje em dia é fundamental que as empresas mensurem e monitorem os seus impactos, apresentando-os de maneira objetiva, tendo em vista sua relevância para o mercado financeiro.